Como é bom podermos fazer estas viagens virtuais através dos olhos e dos relatos de nossos amigos!
Fiquem hoje com a linda DUBROVNIK contada por Luiz Carlos Sarlo!
AC
“Mais charmosa do que o olhar fatal de Sophia Loren, a velha cidade de Dubrovnik, na Croácia, declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, não cabe toda dentro das muralhas medievais que protegem o seu centro histórico. Mas, deslumbrante mesmo é o “lado de dentro”, onde as ruelas antigas lembram as labirínticas ruazinhas de Veneza, e onde se anda descalço, livremente, sem lenço e sem documento.
Às vezes, parece que você vai dobrar uma esquina e dar de cara com um canal! Culpa da arquitetura, que é, de fato, veneziana. A cidade, como a maioria do Adriático, pertencia à Veneza ali, há alguns séculos atrás. Essa é a explicação para tantas janelas de persianas verdes e para todo aquele charme com clima despretensioso de cidade de praia.
A entrada é por um portão que mais lembra aqueles filmes de Robin Hood, com passarela, um lago cheio de carpas e um tipo D. João mandando em tudo. Mas, surpresa, damos frente à “Stradun” (Placa), a rua principal de Dubrovnik, lugar por onde você vai passar umas 200 vezes por dia. Ali a gente pode experimentar todos os sorvetes do caminho – o melhor é o de uísque – e se espantar com o brilho do chão, que é totalmente de mármore, um absurdo de belo.
Há a linda e inconfundível igreja de São Brás, cheio de jovens sentados nas escadarias em seu clima de azaração permanente.
Apesar da grande beleza das construções e do astral über-divertido das dezenas de barzinhos, alguns com praias privadas e caríssima consumação – nada mais pretensioso -, o mais legal, na minha opinião, é passar pela muralha que circunda a cidade. Ver os telhadinhos novinhos, cor-de-laranja no por do sol, conhecer a melhor prisão do mundo, onde os presos tinham vista permanente e particular da Costa da Dalmácia dia e noite. Ser preso devia ser um privilégio, como morar na Joatinga ou ser encarcerado na Ilha Grande.
Empatado, há um teleférico que nos leva para o alto da montanha, para observar de um ponto de vista surpreendente, o Centro Histórico de Dubrovnik, as Ilhas de “Lokrum” bem na frente, e “Elafiti”, à direita, além de conhecer o atual Museu da Guerra da Independência Croata, antigo Forte Imperial construído por Napoleão Bonaparte que, agora tenho certeza, de bobo não tinha nada…
Tem passeios para ilhas vizinhas, para todos os gostos imagináveis e com todos os preços possíveis também, incluindo um passeio de galeão ao estilo do século XVII, e um radicalíssimo passeio de caiaque, que dá a volta na Ilha de “Lokrum” e visita lugares de beleza indescritível. São mais de três horas remando, mas vale a pena o suor.
Para um lugar que dá para conhecer bem a pé num único dia, você poderia até passar uma semana que não se entediaria. Mudo meu nome se não for verdade!
Luiz Carlos Sarlo para o 40 Forever
AC