Bebel Bittencourt Niemeyer

A DOLCE VITA DE FRANCESCA ROMANA DIANA!


Pelo convite de FRD, já sentimos o drama!

Os anos sessenta foram um marco na moda ocidental, por mil e um motivos, e tudo que se refere a ele é emblemático. Mas desconfio que o cinema e sua midia poderosa ajudaram, tremendamente, a vingar seu visual.

A primeira versão do “Look 60ties” que emplacou foi a de Hollywood, saída do figurino de “Bonequinha de Luxo”, de 1961, para arrebatar o mundo. Estou falando do “pretinho básico” criado e divinizado pela dupla dinâmica Givenchy/Hepburn e que preencheu, em cheio, a necessidade fashion da nova e moderna mulher americana, que saía de casa pra fazer carreira profissional, conquistar seu lugar ao sol e precisava de algo chic, prático e, sobretudo, versátil. Pra quem chegou agora, o super star “Little Black Dress” passa como o resumo de toda a ópera…

Audrey Hepburn e seu vestido ícone, que ia da feira ao baile... Alás, vai até hoje!

…Só que não é bem assim pois no velho continente outro “pretinho”, este nada básico, também conquistava o mundo, pelas mãos da Cinecitta e de Federico Fellini que lançaram, no mesmo 1961, um filme glorioso, dos grandes clássicos do cinema de todos os tempos: “La Dolce Vita”. Entre tantas modas que foram ditadas por esta jóia da sétima arte seu figurino, vencedor do Oscar de 1961 (de filme preto e branco), virou sinônimo de “decadence avec elegance” e impôs seu look mais sensual, nada prático,  sofisticado e glamouroso até a última instância e também virou sinônimo dos 60ties. Ou alguém não se lembra de Anita Ekberg se esbaldando, na Fontana di Trevi, com o tal e arrebatador vestido preto tomara-que-caia? É das imagens marcantes do século XX.

Anita Ekberg e sua elegância sensual, em seu pretinho arrebatador!

Pois foi justo nesta “fontana” que a maravilhosa designer de bijoux “ítalo-brasileira”, Francesca Romana Diana, bebeu para criar sua linda coleção “La Dolce Vita”, que lança amanhã, dia 8 de março de 2012, em todas as suas lojas brasileiras.

Como Francesca explicou, as peças foram dividida em “famílias”, nomeadas em torno do filme de Fellini: “La Dolce Roma”, “Anita E”, “Marcello”, “Aristocrazia” “Paparazzi” soam sofisticação que é a característica desta coleção que vale para o inverno brasileiro e verão europeu, exalando para ambos, glamour por todas as pedras.

Uma única frase explica o que vi: são bijoux que “fazem uma roupa”, mudando-a pra muito melhor! Confiram nas fotos da primeira “fornada”que estará nas lojas domani, va benne?! BN

Da família "Marcello"!
Da família "Anita E"!
Da familia "La Dolce Roma"!
Da família "Aristocrazia"!

 

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MESTRES PRÉ HISTÓRICOS!

Volta a visitar nosso BLOG, minha “sobrinha” especialista em assuntos incríveis, Cleuci de Oliveira, para nos contar mais uma de suas fantásticas descobertas… hoje na seara das artes plásticas. BN 

SOBRE OS MESTRES DA PRÉ-HISTÓRIA: Por Cleuci Oliveira!

“Pablo Picasso, durante visita às cavernas francesas de “Lascaux”, em 1940, quando viu, pela primeira vez, as magníficas pinturas pré-históricas que adornam suas paredes, há mais de 17.000 mil anos, exclamou: “Não inventamos nada!”

Ele ficou impressionado não só com o realismo e sofisticação das pinturas, mas também com certos detalhes que lhe pareciam comunicar idéias modernas e também surrealistas! Picasso, estarrecido, chegou à conclusão de que ele e os outros grande artistas do século XX, não estavam criando nada de original.

Algumas das pinturas nas cavernas de Lascaux, na região francesa de Dordogne, que deixaram Picasso de boca aberta

Se Picasso ainda estivesse vivo, em 1994, durante a grande descoberta da caverna de “Chauvet” também na França, ficaria ainda mais perplexo, com as pinturas lá encontradas! A caverna possui o que arqueólogos e historiadores da arte concordam  serem os exemplos mais avançados da expressão artística, da pré-história. Naturalmente, imaginaram que as pinturas teriam sido produzidas, posteriormente, às de “Lascaux”.

Exemplos que mostram a sofisticação das gravuras nas paredes de Chauvet!
Parte de uma parede na caverna de Chauvet, coberta por gravuras!

Qual não foi a surpresa, quando os testes do carbono14 revelaram que as pinturas teriam entre 30.000 a 32.000 anos, ou seja, quase o dobro da idade das de “Lascaux”. Alguns ficaram tão chocados com esta descoberta, que exigiram mais testes. O arqueólogo Paul Pettit, da Universidade de Sheffield, comentou que “os resultados eram tão surpreendentes quanto achar uma pintura renascentista, em uma ruína do império romano”.

A exclamação de Picasso de que não inventamos nada, nunca teve mais ressonâcia, do que 2012: há menos de um mês, pesquisadores anunciaram que pinturas dentro da caverna de Nerja, perto de Málaga, na Espanha (já publicamos um post sobre o passeio à Nerja), foram também pesquisadas e datadas, e têm entre 42.300 a 43.500 anos! O que torna este achado impressionante é o fato de que nossos antepassados humanos, em tese, só alcançaram a “Península Ibérica”, muitos milênios depois.

Detalhe das pinturas mais antigas do mundo, feita por neandertais, nas cavernas de Nerja, em Málaga. Acredita-se que representam focas, que faziam grande parte da dieta neandertal!

As pinturas, portanto, só podem ser atribuídas, aos homens de Neandertal, que povoaram o oeste europeu, muito antes de nós, humanos. Ou seja, como Picasso remarcou, nós humanos não inventamos nada, nem mesmo as artes plásticas.

Este achado não é, nada menos, que revolucionário, pois a comunidade científica por muito tempo supôs que a espécie humana, apesar de ter parentesco com a espécie neandertal (tivemos um antepassado em comum, há mais de 500.000 anos, mas ao longo dos milênios, viramos espécies bastantes distintas), éramos os avançados e eles mais primitivos.

A enorme sensibilidade artística dos primeiros humanos, como pode ser comprovada nas grutas de “Lascaux” e “Chauvet”, era tida como uma prova da nossa superioridade. Numa matéria feita pela “Time Magazine”, em 2006, por exemplo, o autor descreve as pinturas das grutas de “Lascaux” como “evidência do enorme avanço em conecções neurais, que desembocou no desenvolvimento do atributo, unicamente humano, que chamamos de consciência.” As gravuras de autoria neandertal, portanto, põem abaixo esta suposição.

E tem mais: outros estudos recentes comprovam que neandertais tingiam conchas, para criar colares, e até chegaram a usar maquiagem! Os pigmentos usados por eles para decorar o rosto, tinha um aspecto cintilante, como “glitter”! Bem, ninguém disse se eles não eram bregas, mas “fashion”, não restou dúvidas.

De fato, vários dogmas sobre os neandertais têm sido refutados, em pesquisas recentes. Cada nova descoberta mostra o quão eles eram similares aos nossos antepassados e, por esta razão, tinham tanto para dar certo, como espécie, quanto nós. Infelizmente, foram extintos, há mais ou menos 30.000 anos, e ninguém sabe o motivo. Por que será, então, que nós conseguimos chegar aos dias de hoje, e eles não? Teria sido, somente, sorte?

Deixando estas questões existenciais de lado, é ótimo saber que apesar dos problemas de conservação, as autoridades francesas e espanholas acharam soluções criativas para os turistas poderem visitar estas cavernas, de alguma maneira.

Para o complexo de cavernas de “Lascaux”, hoje aberto à visitação somente a arqueólogos e afins, fez-se uma réplica exata, de dois dos corredores mais impressionantes. Eles são abertos ao público e ficam a menos de 200 metros da caverna original. Chamam-se “Lascaux II” e é um ótimo programa para a família.

A entrada original de Lascaux (à esquerda) e a da réplica, Lascaux II, a 200 metros uma da outra!
Uma reprodução em Lascaux II: maravilhosa reprodução!

Já a caverna de “Chauvet” não pode ser acessada por leigos como nós, e nem tem um plano B, como “Lascaux. Mas isso não quer dizer que a bela área não vale uma visita: a caverna fica situada nas chapadas ao redor do rio Ardèche, ao lado da maravilhosa ponte natural Pont d’Arc.

As maravilhosas chapadas que rodeiam o rio Ardèche!
A "Pont d’Arc", uma ponte natural de 500.00 anos, sobre o rio Ardèche: so ela já merece o seu passeio!

Um leigo que, felizmente, conseguiu acesso à caverna de “Chauvet”, recentemente, foi o incrível cineasta, Werner Herzog, para ambientar o seu “Cave of Forgotten Dreams”. Werzog filmou em 3D para mostrar como os artistas pré-históricos aproveitavam as curvas nas paredes cavernosas, para ‘encorpar’ seus desenhos. Incrível!

Cartaz do filme de Herzog, ambientado em "Chauvet"!
Um Neandertal super star!

Por fim, a “Cuevas de “Nerja”, a 5 minutos de Málaga, é aberta ao publico, o ano inteiro (as pinturas neandertais estão em uma área restrita e by appointment). Aí, as formações rochosas são uma super atração turística imperdivel. Mais informações podem ser encontradas no site http://www.cuevadenerja.es/, que também tem secção em inglês.

Área de acesso às "Cuevas de Nerja", perto de Málaga, na Espanha!

Durante os meses de verão, a caverna central de Nerja se transforma em uma lugar de espetáculos, apresentando varias performances de ballet, dança flamenca, música clássica e ópera, entre outras.

Apresentação de ballet clássico, em Nerja...
Apresentação da Orquestra Filarmônica de Nerja, no maior vão coberto do mundo, que é o da gruta central de Nerja!

Um must go!” Cleuci de Oliveira

CLIQUE AQUI PARA O POST SOBRE AS “CUEVAS DE NERJA”!

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MOUSSE DE MANGA COM CALDA DE MENTA: GARANTO A MISTURA!

Minha querida tia, Elisinha Gonçalves, que me ensinou a olhar a vida com simplicidade!

Esta receita me foi ensinada, como tantas outras preciosidades, por minha maior mestra, das mulheres mais inteligentes, cultas e refinadas que conheci.

Como muito bem definiu minha sábia mãe, Sonia Bittencourt, fiz faculdade de aprendizado com ela, mestrado com outra tia maravilhosa, minha madrinha e grande dama, Hero Ortenblad e doutorado, com a guru de nós todas, nossa adorada, Elizinha Gonçalves.

Minha “personal Proust”, varamos mil e uma noites batendo aquele papo infinito, predestinado no DNA dos mineiros. Deitada aos pés de sua cama, tia Elisinha disfarçada em histórias, me enchia o coração de coragem pra eu ir atrás do meu destino, e a imaginação de coisas lindas, que tinha visto e ouvido, pelos quatro cantos do mundo. Suas narrativas eram a prova mais eloquente do quanto a vida é imperdivel e, naquele momento, o maior conselho que podia me dar: vai! E eu fui, mesmo sem perceber…

Olhando pra trás, vejo como me valeu aquela aparente boemia. Quantas vezes não me intimidei, temi ou simplesmente compreendi, por me lembrar da Tia… Plagiando o Rei, ela é a imensa saudade que eu ADORO ter!

MAS VOLTEMOS À MOUSSE!

Esta é uma versão paraguaia da então modernérrima mousse de manga, com calda de menta, que eu comia em casa de minha tia Elisinha, meados dos anos 70. Inspirada na "Nouvelle Cuisine Française", de Paul Bocuse e cia, ela que amava uma novidade a servia, individualmente, quando era quase um pecado mortal este tipo de apresentação, nas boas mesas do ramo!

INGREDIENTES PARA A MOUSSE:

1 lata de creme de leite Nestlé;
1 lata de leite moça;
4 claras;
4 colheres de açúcar União light;
1 saquinho de gelatina sem sabor;
3 mangas haden (ou similar, com pouca vibra) maduras mas nã podem estar passadas do ponto.

INGREDIENTES PARA A CALDA DE MENTA:
1/2 xícara de licor de Menta Stock ou similar;
2 xícaras de açúcar;
3 xícaras de água.

PREPARO PARA A MOUSSE:
1- Bater as 4 claras, em neve, com o açúcar light, até ponto de suspiro e reserve;
2- Dissolver a gelatina em água fria e, depois, por 2 minutos em banho maria e reserve;
3- Picar as mangas em pedaços miúdos e reserve.
4- Bata, no liquidificador, o creme de leite, o leite condensado e as mangas; reserve.
5- Misture, com uma colher de pau, numa tigela, o creme que foi batido no liquidificador (o sabor), as claras batidas em neve (a cremosidade) e a gelatina dissolvida (a consistência). Reserve.
6- Pegue uma forma de pudim ou o recipiente que lhe agradar e passe uma água gelada. Tire a água mas sem enxugar. Despeje a mistura do ítem 5 e leve à geladeira por 3 horas, antes de servir.

PREPARO PARA A CALDA:
Levar ao fogo a água com açúcar, até formar bolhas grossas. Diminuir o fogo e colocar o licor de menta. Aumentar o fogo, de novo, misturar tudo e mexer durante dois minutos. Desligar o fogo, senão a calda cristaliza.
Pode jogar a calda por cima da mousse ou servi-la na molheira, separada. É como eu prefiro, fica mais democrático, porque vai que alguém não curte a mistura! BN

 

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SESSÃO NOSTALGIA!

A unanimidade, Glória Severiano Ribeiro, amiga querida e embaixatriz de Hollywood, no Rio de Janeiro, passa a vida socorrendo a quem precisa e, nas horas vagas, distribuindo gentilezas. Amo atender a seus convites para sessões de pré estréia, como fiz semana passada, e saí encantada pelo lindo filme francês, “Os Artistas”, que ela nos ofereceu!

Que petulância do diretor, Michel Hazanavicius, conceber, no técnológico século XXI, um filme mudo e sem cores, mas cheio de charme e romance, que nos faz mudar de idéia mil vezes, durante sua apresentação, em como enquadra-lo, pra chegarmos à simples conclusão, que estamos diante de uma belíssima homenagem à sétima arte, em seu estado mais depurado: a era do cinema mudo!

Fui vê-lo, em total inocência, por isso sentei, como uma “tábula rasa”, sem noção do que vinha pela frente e isto foi muito bom, pois meu queixo quase caiu, ao perceber aonde eu estava metida: revival, vintage, túnel do tempo, nostalgia, revisita, releitura são alguns dos adjetivos que, isolados, não têm forças para classifica-lo. Mas, quando somados, chegam ao destino desejado por Hazanavicius, e com louvor!

Seu filme é maravilhoso por ser, igualmente, um somatório de suas partes: brilhantes atuações (especialmente, do Clark Gable, Jean Dujardin), cenários e figurinos divinos, história muito bem contada, direções (musical, de arte, de elenco, de filme) impecáveis. E seu maior mérito é jogar, nas nossas caras,  que cinema mudo também é tudo de bom! Vale mil ingressos seus! BN

http://www.youtube.com/watch?v=ixqr8D7J_Kc

 

 

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