“Io sono l’amore” é como Athena, cuspido de uma cabeça, no caso a do cineasta Luca Guadagnino, e mantém seu ritmo racional e estudado até o fim. Resultado: Ele não te arrebata!
Nada no filme me pareceu espontâneo: Figurinos, cenário, trilha sonora e a escolha da atriz Tilda Swinton pra protagonista, reforçam o clima de uma fria e contida elegância de tal forma, que muitas vezes vemos e ouvimos mais do que sentimos. Senão, o que seriam os trágicos quinze minutos finais, sem a retumbante música de John Adams?!
Chic e muito bem cuidado, com mis-en-scène “quase” perfeito (sim, porque Visconti muso do diretor e meu também, jamais serviria vinho com sopa), Guardignino quer impor um mundo de requinte que talvez não lhe seja nato. Por isso, a preocupação com a estética rouba muito da naturalidade e um pouco do andamento da trama.
O filme conta a história da paixão de Emma (Tilda Swinton está, simplesmente, maravilhosa!!!), melancólica mulher de um poderoso industrial da alta burguesia milanesa e Antonio (Edoardo Gabbriellini, nada convincente no papel), talentoso chef de cozinha e amigo do filho de Emma, que com seu encontro retumbante, mudam tragicamente o rumo do clã Recchi.
“Gattopardo”,”Violência e paixão”, “Rocco e seus irmãos”, Tancredi, Milão, Marisa Berenson (que plástica mais mal feita fizeram na linda atriz!), os di Modrone, Luchino Visconti paira no ar o tempo todo, tornando-se uma espécie de meta artística a ser alcançada. E isso é muito bom porque o resultado é tão bonito e distinto que da gosto de ver. Detalhe ufanista: Toda esta beleza é fruto da competência da”Production Designer” carioca, Francesca di Mottola!
E pra acabar, mostro foto da “Ratatouille de camarão”, que mudou a vida de Emma e protagoniza com a atriz, melhor cena do filme!
BN
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