Sexta-feira é o dia internacional de organizarmos a programação do fim-de-semana. Por isso, dou duas dicas bacanérrimas, pra quem está no Rio de Janeiro. Sei que já foram super badaladas, nos jornais, mas não custa nada repetí-las, vai que você estava viajando…
Trata-se de duas maravilhosas exposições: uma está na Caixa Cultural, “Dali: A Divina Comédia” e a outra, “Alberto Giacometti na Coleção da Fundação Alberto E Annette Giacometti”, no MAM.
Fui primeiro ver Dalí e as cem gravuras que ele fez pra ilustrar os cem cantos da Comédia de Dante. Achei o casamento perfeito, um dueto improvável mas primoroso, onde imagens e versos se completam, com a força e estridência necessárias. Só mesmo o surrealismo para concretizar, “comme il faut”, o “código de ética” mais cruel da face da terra, setecentos anos depois: como se um tivesse esperado pelo outro. Saí incomodada, com tantas informações brutais.
Esta exposição acentuou as saudades perenes que sinto do maravilhoso Professor Marcos Pires, pois tive a grande honra e o privilégio de tê-lo como “personal Vergílio”(a grafia é esta, segundo meu guru Junito Brandão). Por dois anos, um grupo de amigas e eu, com a perseverança e imensa cultura de Pires, nos dedicamos a tentar desvendar os mistérios do grande Dante. Sem sua ajuda, eu não teria saído do primeiro canto…
Saímos do “Caixa Cultural” direto para o MAM, onde o grande Giacometti esperava a nossa visita, sereno e na medida.
A extrema elegância de suas esculturas aliviaram e muito o meu espírito, enchendo meus olhos com suas formas limpas e esguias. Sempre que vejo algum trabalho de Giacometti, lembro da tecnologia caseira dos castelos que fazíamos com areia e água, nas praias desta vida.
Amei a última sala, no terceiro andar, com esculturas de uma fase que eu não conhecia, à la Bacon e seus Papas.
Adorei a minha preciosa tarde cultura! BN