O primeiro chapéu-escultura que conheci foi o usado pelo maravilhoso Chapeleiro Maluco, no livro “Alice no País das Maravilhas”, onde Lewis Carroll imortalizou a exótica profissão com seu personagem impagável, hoje magistralmente “re-encarnado” na figura do igualmente inglês, Philip Treacy.
Fornecedor de verdadeiras “obras surrealistas” em forma de adereços, faço uma pausa para dizer que é quase sacrilégio chamar suas peças de chapéu. Assim o mundo “fashion” resolveu impasse semântico como este ao estabelecer, nos anos 90, que chamaria de “FASCINATOR” este primo irmão do dito chapéu, mais leve e mais formal que o parente mais velho.
Mas voltando a nosso herói, Treacy adorna as cabeças coroadas britânicas, tendo como clientes membros da família real, pop stars, atrizes e excênticos cidadãos, todos querendo dar um toque de humor aos “looks” formais do dia de festa.
Por isso, aplaudi de pé quando soube que Treacy ganhou, finalmente, seu lugar ao sol no mundo das artes ao expor mais de cem de suas inesquecíveis criações, na emblemática Chertkov House, um espaço super prestigiado em Moscou.
Falo da “Philip Treacy: Hats In The 21 Century”, exposição que aconteceu de novembro a janeiro último, na capital russa e, inxalá, ganhará novos endereços de exibição pois é imperdível para quem curte o “reino fashion”.
Fiquem com os chapéus! BN