Fomos ver, ainda em Nova York, “The Iron Lady” ou “A Dama de Ferro”, o recém lançado e badaladérrimo filme sobre Margaret Thatcher, vivida divinamente pela super star, Meryl Streep. Confesso que sai dividida do cinema, principalmente por conta da opinião de minhas filhas, que do alto do imediatismo dos seus twenties, o acharam arrastado e pouco objetivo, isto é, queriam política e história e receberam notícias da demência da protagonisada!
Ruminei, por três dias, as minhas próprias impressões, até que um triste acontecimento familiar me lembrou o quanto são dramáticas as doenças degenerativas cerebrais, que roubam a alma de pessoas incríveis, sem deixar rastro físico significante, como aconteceu com a Dama de Ferro inglesa: ficou o corpo mas a essência já se foi…
Corajosa, a diretora Phyllida Lloyd não se deixou seduzir pela brilhante biografia de sua heroína, sediando a narrativa no ocaso da vida de Margaret Thacher, já bastante debilitada pela demência provocada por pequenos e sucessivos derrames cerebrais. O filme mostra muito mais as vicissitudes da doença, do que as glórias e conquistas da Primeira Ministra e a importância de sua era para a história britânica contemporânea!
Numa trama que transcorre “in media res”, como me ensinou meu querido Mestre Junito Brandão, a história vai e volta, passado/presente, e nestas idas e vindas Lloyd esboça, sem se aprofundar, o perfil, a história e o legado da mais poderosa mulher britânica do século XX.
OK, digamos que Hollywood nos deva uma “Iron Lady”, parte 2. Mas esta primeira é imperdível, que não seja para nos extasiarmos com o talento, cada dia mais retumbante (se é que isso é possível), da grande “Iron Actress” do cinema americano, minha musa Meryl Streep, que ganhou, ontem, seu oitavo Globo de Ouro por esta atuação e parte, poderosa, rumo ao Oscar!
O filme estréia, no Brasil, dia 10 de fevereiro: vale seu ingresso! BN
CURTAM O TRAILER!