Das melhores tiradas infantis que presenciei, foi proferida por meu amado primo Arthur Ortenblad, do alto dos seus três anos de idade, respondendo à minha pergunta sobre sua fluência em inglês: “eu não falo não, mas eu desconfio”.
O mesmo posso falar sobre minha relação com o quatro bocas, às vezes dou uma dentro já que uno minha “desconfiança” à competência da Irene. Pois foi desta parceria e de um erro de comunicação entre nós, que surgiu a farofa de hoje e quem comeu amou.
Comprei, no Mundial, uma farinha que nunca tinha visto antes, seduzida pelo rótulo que exibia duas de minhas paixões: beiju e tapioca e pretendia encantar minha família surpreendendo-os com aquelas panquequinhas, que nos levam à indigestão toda vez que vamos ao nordeste. Mas um cardápio redigido imprecisamente, por mim, levou a craquíssima Irene a confundir as farinhas e criar esta maravilha que descrevo abaixo. Detalhe: faz um “pas de deux”, tipo Fred Astair e Ginger Rogers, com aquele camarão na moranga.
FAROFA DE TAPIOCA:
INGREDIENTES:
1 Kg de goma de mandioca hidratada (Tipo a da foto acima);
1 xícara de azeite extra virgem.
PREPARO:
– Faça os beijus em frigideiras, como se fossem panquecas;
– Ponha-os todos num tabuleiro grande e leve-os ao forno quente minutos;
– Retire do forno e deixe-os esfriar;
– Depois de frios, bata-os aos poucos no liquidificador, para fazer a farinha;
– Repita esta operação até tudo virar farinha;
– Coloque o resultado, quero dizer, a farinha, numa frigideira grande, acrescente azeite e torre para aderir o sabor;
– Ajuste o sal e voílà: farafa à la Irene!
Viva o acaso, acabam dando num grande acerto… BN