Sergio Calmon é um dos grandes advogados de direito de família no Brasil. Sua agenda é lotada de segunda a sexta pois é muito requisitado pelas famílias que estão se divorciando. É sempre muito discreto e advogou em alguns divórcios que se tornaram públicos como o de Eike Batista, Caetano Veloso, Felipe Camargo (ex-Vera Fischer) e vários outros que não foram publicamente falados.
Sergio Calmon nos concedeu uma entrevista super exclusiva:
MP: A que você atribui o seu sucesso?
Antes de mais nada é importante saber que o sucesso de hoje não garante o sucesso amanhã. Por isso sempre pautei minha profissão com muita seriedade, ética, sensibilidade e respeito ao sentimento do cliente, que, naturalmente, vive um momento de muita turbulência emocional. Costumo dizer que não sou advogado. Sou advogado de Família. É diferente! Procuro unir a letra fria do Direito com o sentimento que envolve as relações humanas, sem jamais perder o bom senso.
MP: Como é sua rotina de trabalho?
Costumo chegar ao escritório às 9 hs da manhã e só saio depois das 22 hs.
MP: Os casamentos estão se multiplicando e as igrejas estão lotadas, qual a proporção de divórcio? E a que você atribui esta porcentagem alta?
Não tenho estatística sobre isso. Mas as igrejas estão lotadas porque as pessoas querem ser felizes, querem encontrar um amor, constituir uma família. Novas formas de relacionamento se formam no mundo moderno, mas todos têm o mesmo pano de fundo: o desejo de ser feliz, de constituir uma família. Isso é muito bonito. A alta porcentagem de divórcio talvez ocorra pela falta de maturidade dos relacionamentos de hoje em dia.
MP: Qual a proporção de divorcios consensuais ou litigiosos?
Bem aqui em meu escritório eu diria que 80/85% dos divórcios que faço são consensuais. Pelo menos, essa é a orientação que dou aos meus clientes. O consenso é sempre o melhor caminho. Mas, as vezes, para obtê-lo é necessário o litígio.
MP: O que um advogado pode fazer para blindar os filhos de um casal que está se separando?
Na verdade é o casal que pode fazer, e muito, para blindar seus filhos. Em primeiro lugar, saber separar a figura do marido/mulher da de pai/mãe. Quando o casal se ama não diz para o filho no café da manhã que eles tiveram uma noite de amor. Por que então dizer para esse filho que o pai, ou a mãe, são “ruins” porque estão se separando. Por que despejar nos filhos as frustrações do fim do relacionamento conjugal. Quem se separa é marido e mulher. Pai e mãe, são para sempre!
MP: Quanto tempo pode durar uma briga?
Pode durar muitos e muitos anos. O casal pode se relacionar pelo amor ou pela briga. Afinal de contas, com o litígio o casal continua ligado um no outro, só que, infelizmente, neste caso, pela briga, pela discórdia. O litígio mantém o “paciente no CTI”. O consenso “sepulta” a relação, põe fim ao casamento… . As vezes o casal não consegue “sepultar” esse relacionamento e se mantém vivo, no CTI, pelo litígio.
MP: Qual a melhor opção na hora do divorcio? Guerra ou paz? Por que?
Paz!, sempre. Já basta a dor que aquele casal está vivendo. Divórcio é um luto. Falece aquele sentimento, aquele desejo de ser eterna aquela união. Quando tem filho então, a sensação de que acabou aquela família constituída é muito doloroso. O advogado tem que saber disso e ter o máximo de respeito, cuidado e bom senso nesse momento.
MP: Qual seu hobby?
Jogar golfe e viajar, de preferência com minha família. Se bem que hoje em dia, com os mais velhos (Guilherme, 24, já formado e trabalha comigo, e Fernanda, 22, que faz psicologia na PUC) já está mais difícil, pois eles já têm suas vidas, suas namoradas e namorados, enfim… . É natural e salutar. Nos resta nossa caçula, Mariana, de 9 anos. É nossa “chaveirinha”. Para onde eu e minha mulher vamos, quase sempre, levamos ela.
MP: Sua cidade?
Rio de Janeiro. Amo essa cidade acima de tudo.
MP: Seu livro de cabeceira?
Não tenho livro cabeceira. Leio de tudo, até mesmo pela minha profissão.
Parabéns Sergio, suas respostas demonstram sua grandeza e experiência, e afirmam cada vez mais seu talento para esta profissão.
MP