Passei uns dias em Nova York, lindos por sinal, justo numa trégua abençoada ao frio que assolou a cidade neste inverno, acompanhada das minhas TM, o que significa “pernas pra que te quero”…
Andamos a “Big Apple” de cabo a rabo e o que tinha pra ver (nada inesquecível pois estavam numa entre safra de eventos culturais) contou com nossa presença e curiosidade: Três exposições, sendo uma “trienal” (nem sabia da existência do termo), alguns restaurantes novos (vou postar um japonês mara), a peça “The Audience” (com a magistral Helen Mirren, esta imperdível) e… Um filme!
Como era domingo, só mulheres, fizemos uma programação à nossa imagem e semelhança, “brunch downtown” e cineminha, com minhas filhas mais Mariana Veiga e Cleucizinha Oliveira, duas “sobrinhas” que amo, moradoras da cidade, e uma unanimidade: a escolha do filme…
“Vamos ver a nova versão da Disney de Cinderella”, bradaram uníssonas! Eu, confusa com a escolha, segui a multidão e ainda bem: O filme é magia pura e encanta a todos os que acreditam que a vida pode ser surpreendente…
Dirigido pelo inglês Kenneth Branagh e com elenco acertadíssimo, o roteiro segue a estória original da Gata Borralheira de 1697, by Charles Perrault, tem locações deslumbrantes e vestidos lindos, que agradam aos “fashionistas” mais exigentes.
Desenhado pela “tri-oscarizada” Sandy Powell, o figurino é surpreendente e mistura a estética dos contos de fadas com o estilo dos anos 40 e muito talento pra fazer esta química funcionar. O resultado enche os olhos do espectador tanto quanto reforça a trama e a personalidade das personagens.
Assim, o vestido do baile de Cinderella, além da beleza, o modo como foi concebido ajuda na sensação de “dançando nas nuvens”, no famoso “pas de deux” com o príncipe, sem precisar recorrer aos efeitos especiais.
Feito com mais de 240 metros de tecido, 10 mil cristais Swarovski, mais de 5 Km de costuras e nove cópias (“just in case”), a grande sacada fica por conta das 8 camadas de anáguas de tecido muito fino, em tons variados de azul, verde e roxo: “Por isso, quando ela se movimenta, as camadas se movem de uma forma semelhante a da água”, explica a maravilhosa Sandy!
E o que são as roupas da maravilhosa madrasta, encarnada magistralmente pela diva Cate Blanchette? Equilíbrio perfeito entre glamour e maldade, conseguem a proeza de extrair sentimentos dos looks, se é que isto é possível!
E, na sequência, Anastásia e Drizella, as filhas malas da malvada, nem precisaram ser horrendas ( Vividas pelas charmosas Holliday Grainger e Sophie McShera, respectivamente). Sempre vestidas idênticas, mas em cores diferentes, como personagens de filme de animação, o ridículo imposto pelas hilárias indumentárias encarrega-se do estrago visual, sem recorrer à feiura física. Genial!
E chegou a vez dela, o sonho de consumo número um de qualquer mulher sincera e racional deste planeta, ou você nunca imaginou-se tendo uma fada madrinha, quando o bicho pega?! A do filme, vivida por Helen Bonham Carter, é muito divertida e vaidosa. Como a afilhada, também ganha vestido novo pro baile, pode?! Sorry, mas pra descreve-lo, preciso de ordem de grandeza: Foram usados 120 m de tecido, 400 lâmpadas LED e milhares de cristais Swarovski, que dão um efeito pop ao modelito estratosférico que, medido de frente, tem metro e meio de pura “cintilância”!
Refeita do susto e de volta às ruas reparei, finalmente, que muitas vitrines reverenciavam o filme e que era o “fashion talk of the town”. Basta dizer que onze grandes “designers” de sapato, a pedido da Disney, criaram uma releitura do sapatinho mais famoso ever: O de cristal e da Cinderella, “bien sûre”.
Portanto, se quiserem deliciar-se com estória da carochinha, atores bárbaros, roupas lindas e locações encantadoras se organize pois quinta, dia 26 de março, será o lançamento do filme no Brasil…
Com o lema “Seja corajosa e tenha um bom coração”, Cinderella é escapismo da melhor qualidade! BN