Convidei minha querida amiga, e maravilhosa fotógrafa Betina Samaia para nos explicar com suas palavras seu ultimo trabalho fotógrafico,
MP
“A fotografia que me interessa é aquela que procura e procura e desbrava e revela quem somos.
As imagens que guardamos dentro e procuramos descobrir fora são imagens que trabalham com o que Jung chama de arquétipos, com o nosso inconsciente coletivo. Quando esta imagens aparecem gostamos ou deixamos de gostar por razões absolutamente pessoais e nos relacionamos com elas porque revelam chaves para os nossos mistérios.
Roland Barthes dizia que uma pessoa realista entende que a fotografia não é uma cópia da realidade mas sim que é pura mágica, uma emanação química do passado. Para mim a realidade de uma fotografia é interior.
O deserto nos dá a dimensão de quem somos e do que representamos. O silêncio, a comunhão, a solidão, o caos do deserto servem de espelho. A seca e as águas, a beleza e a aparente monotonia criam um conflito que leva à reflexão, e é disso que eu gosto. Não há caminhos no deserto, não há trilhas, cada um faz o seu.
Joseph Campbell dizia, se você já sabe os passos que vai dar então este não é seu caminho.
Aquí não existem viagens iguais, os caminhos são únicos . Cada um traça sua própria pegada e precisa correr o risco de seus proprios passos.”
Betina Samaia
Não só é uma grande fotógrafa como uma grande poetiza. Picasso também dizia esta frase parecida com a de Joseph Campbell : “Si l on sait exactement ce que l on va faire à quoi bom le faire? – Si sabemos exatamente o que vamos fazer para que faze lo.