Lily Gabriella, nossa brasileira, carioquíssima da gema, que brilha no mundo todo por seu talento e suas lindas jóias, faz uma coleção exclusiva de jóias contemporâneas composta por três edições diferentes. A edição básica fornece peças ilimitadas, enquanto a edição limitada tem 20 unidades, e a edição exclusiva, super especial, uma única peça, todas executadas num atelier em Milão.
Você nasceu no Rio de Janeiro no Brasil, quais são as razões que a fizeram deixar o Brasil e levou-a por todo o mundo, em cidades como Mônaco, Boston, Miami, Nova York, Genebra, Paris e Milão?
Lily Gabriella:
“Eu mudei para Monaco muito jovem, porque os meus pais queriam que seus filhos tivessem uma educação europeia. Então eu estudei em Mônaco até o Bac e me mudei para Boston com 16 anos para continuar meus estudos na Universidade de Brandeis, onde eu recebi meu diploma em História da Arte e Artes Visuais.
Mais tarde morei em Miami, para trabalhar na revista Vogue para a América Latina.
Depois fui para New York, para estudar no Instituto Gemológico da América (GIA), e receber o meu diploma de Gemologia.
Fui então para Genebra para trabalhar na Christie’s em seu departamento de joalheria, e em seguida para Paris, onde comecei a criar minhas jóias.
Finalmente Milão, pois é o lugar onde eu tenho meu atelier. A Itália é famosa por seus projetos para marcas de luxo, e todas as minhas jóias são feitas à mão por um casal que trabalhava para o Bvlgari no momento em que ainda era uma pequena loja.
Eu sempre viajei muito e devo admitir que eu gosto disso, pois também falo várias línguas fluentemente. “
Em que ponto nesta jornada você percebe a sua paixão?
Que influência as pessoas a sua volta durante a sua juventude tiveram na sua escolha?
Lily Gabriella:
“Eu sempre fui muito criativa. Quando eu era pequena queria ser costureira. Com 9 anos eu desenhei uma coleção prêt à porter de roupas que mostrei ao Sr. Hubert de Givenchy. Aos 16 anos fiz um estágio com o Sr. Alber Elbaz estilista do Lanvin. Na faculdade comecei a explorar mais o mundo dos acessórios, me divertindo criando alguns objetos lúdicos que podem ser usadas. Só quando cheguei à Vogue que eu realmente comecei a ver um monte de jovens talentosos da América Latina, que faziam coleções de jóias extraordinárias. Várias criações, que me levaram a tomar este caminho. Mas eu acho que é uma evolução, isso não acontece de um dia para outro. Eu cresci no meio da arte, incluindo jóias e antiguidades magníficas, e tive a oportunidade de conhecer pessoas interessantes e reconhecidas em seu meio. Eu acho que tudo me influenciou muito: tanto minhas experiências pessoais, por um lado, quanto minhas experiências profissionais, por outro. “
Qual o gatilho que fez que em 2010 você tomasse a decisão de criar a sua própria marca? Foi uma decisão que foi amadurecendo em você durante muito tempo?
Lily Gabriella:
“Quando eu trabalhava na Christie’s, mostrei um anel que eu tinha feito na universidade para um joalheiro muito conhecido, que me disse:” Você tem talento, não perca a oportunidade e crie a sua coleção”. O anel em si era muito simples em ouro amarelo. O que o surpreendeu foi a forma do anel, e a partir daí, criei minha primeira coleção, intitulada Tribal – você vai encontrar também o mesmo anel, em vários modelos. Eu sempre pensei que faria uma coleção em algum momento, mas eu não achei que faria tão cedo pois achava que eu não tinha experiência suficiente no meio. Mas resolvi fazer então, e a aventura realmente começou.“
Existe um denominador comum entre as suas várias coleções? Se sim, qual é?
Lily Gabriella:
“Eu nasci em um país pobre. Eu tive o privilégio de ter acesso à educação, cultura e experiências que me ajudaram muito. Eu parto do princípio de que ninguém precisa de jóias, não é uma necessidade. Há muita miséria no mundo, muita violência e injustiça. Eu queria que a minha jóia pudesse ser de alguma forma “intermediária”, quando criei minha primeira coleção. Queria que através da minha jóia, nós pudéssemos ajudar várias instituições de caridade. É uma maneira de sentir que o que eu faço também traz oportunidades para os outros e não é apenas um bem físico. Então, para mim, este é o denominador comum.“
Que influencia tem a sua alma brasileira em suas criações?
Qual é o impacto de suas origens e de suas experiências profissionais, como por exemplo, ter trabalhado na Vogue América Latina?
Lily Gabriella:
“Eu acho que cada coleção tem sua própria chave (que vem da minha alma brasileira) e, as vezes, as pedras que eu uso (o Brasil é um país rico em pedras preciosas e semi-preciosas), as formas orgânicas de alguns partes, ou a idéia que me veio, por exemplo, para a minha primeira coleção Tribal, foi inspirada por tribos indígenas na Amazônia. Alma brasileira também porque eu tento chegar numa forma alegre, alegria da vida que não existe em nenhum outro lugar além do Brasil. Eu sou inspirada por tudo e por nada. Tendo viajado extensivamente, trabalhado no Lanvin, Vogue ou Christie’s, tudo isso abriu meus olhos, eu vejo o mundo tão maravilhada, atrevo-me a misturar materiais e pedras de uma maneira não convencional. O Brasil é muito criativo, fazendo o seu melhor com o que ele tem, e esta atitude me inspira. Eu estou procurando a alternativa. Eu não quero tornar-se um molde entre outros. Eu quero criar um mundo meu próprio e que possa ter algum impacto não importa quão pequeno seja. “
Finalmente, quais são seus planos nos próximos meses?
Lily Gabriella:
“Um monte de novidades! Não posso revelar tudo pra você… Fique ligado! “
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