Hoje é sexta-feira santa, dia de compaixão e reflexão para os que acreditam. Por isso, escolhi um post que se encaixasse neste contexto, sem perder de vista a esperança! Difícil esta minha tarefa. Mas eis que a providência abençoa o acaso.
Dias atrás, num jantar na casa do ilustríssimo maestro João Carlos Martins e Carmen Valio, conheci a grande jornalista Luiza Villaméa. Conversamos por um bom tempo, pra meu deleite, quando aproveitei para convida-la a visitar nosso BLOG. Ela aceitou, pra nossa honra e alegria, e é nossa “Blogueira por um dia”, com uma versão feita pro 40F, de um impressionante artigo que publicou na revista “Brasileiros”. BN
“Elas aprenderam até a fazer perucas. São tão vaidosas como a maioria das mulheres que conhecemos. Nascidas e criadas na Amazônia, circulam por igarapés e rios como nós andamos por ruas e estradas. Em pequenas embarcações, elas navegam para fazer compras, levar os filhos à escola e encontrar os amigos. Ficam, porém, expostas a um risco desconhecido em outras partes do Brasil: o escalpelamento. O acidente acontece quando os cabelos compridos da pessoa se enroscam no eixo que transfere a força do motor à hélice do barco.
Não há como escapar das marcas do acidente. A vontade de melhorar a aparência também é marcante. Aumentou ainda mais quando um mutirão de cirurgiões plásticos de diversas partes do país desembarcou recentemente em Macapá, a capital do Amapá. Relato o encontro na revista Brasileiros, da qual sou repórter especial.
O que mais me impressionou, foi a esperança de virar o jogo. Nem que seja só um pouquinho. “Se der para ajeitar ao menos a sobrancelha, está ótimo”, contou-me Marcilene Mendes Rodrigues (foto abaixo), que tem 25 anos. No cotidiano, ela traça com um lápis o sobrecílio perdido na infância. Há apenas três meses Marcilene se integrou a uma associação que reúne 117 vítimas de escalpelamento em Macapá. Sua vida já começou a mudar.” Luiza Villaméa