“Tinha uma reunião às 7:30 da manhã neste dia, mas na véspera, pedi que a reunião fosse trocada para depois das 9:00. Estava em casa com amigos hospedados.
Na manhã de 11 de setembro fui acordada por uma amiga, que me ligou do Brasil, pedindo que não saíssemos de casa porque alguma coisa séria estava acontecendo. Chamei os outros, fomos para a televisão e achamos que tinha acontecido um acidente horroroso, mas assim que vimos o segundo avião batendo, tivemos certeza absoluta que era um atentado.
Ficamos perplexos…
Quantos aviões estariam atacando naquele momento, pensei? As televisões chegaram a falar em até 70 aviões.
Saímos correndo para comprar água e comida e voltamos para casa.
Pensei em sair de Manhattan, mas as pontes estavam fechadas- ninguém saía e ninguém entrava.
Ouvia-se boatos que as águas seriam envenenadas.
Foi uma comoção forte demais, impossível de se traduzir em palavras.
No dia seguinte, saímos na Columbus Ave. e não tinha nem um único carro nas ruas nem ninguém andando.
Sentimos um cheiro doce muito forte, dos corpos queimados… Voltamos pra casa, não dava pra ficar na rua.
Durante os próximos três dias tentamos sair da ilha sem sucesso.
No quarto dia, consegui sair de Manhattan e pegar um avião da JAL para voltar ao Brasil.
Neste mesmo ano, em dezembro, tive uma reunião em NY. Cheguei, fui à reunião e voltei à noite para o Rio.
Fui pouquíssimas vezes a trabalho nestes 10 anos e sempre voltava logo.
Somente no ano passado voltei a NY sem ser a trabalho, para o aniversário da minha irmã.”
AC