EGITO por Vivi Rocha

Desde menina sonhei em conhecer o Egito, eu e minha avó ficávamos horas folheando livros de viagens e o Egito sempre nos prendia a atenção. O filme Cleópatra com a Elizabeth Taylor já estava gasto de tanto assistirmos.

Um dia ela me disse: “se por acaso eu não conhecer o Egito você vai fazê-lo por mim.”  Trato feito, muitos anos depois decidi que estava na hora de ir e levei minha filha, grande companheira de viagem, comigo.

O Egito é deslumbrante, uma viagem à antiguidade, 5.000 anos de civilização, terra dos Faraós e dos Deuses. Fizemos o cruzeiro pelo rio Nilo, pegamos o barco em Luxor e navegamos em direção ao sul até Aswan. Até aquela data os melhores navios eram o Oberoi, Zara ou o Sun Boat IV da cadeia Abercrombie And Kent. Ambos extremamente confortáveis, cabines grandes, decoração moderna, tudo novinho, a melhor comida árabe que já comi.  Comi muito mesmo, mas a comida ”desceu” tão bem que não engordei nenhum quilinho! Guias particulares para cada grupo de amigos. No nosso caso um só para nós duas. Como o navio é de bandeira americana, o cuidado com a higiene é dobrado. Água do banho tratada, verduras lavadas com agua potável….etc…

Estranhamos o comportamento dos muçulmanos em relação às ocidentais,  como éramos duas mulheres viajando sozinhas, causamos curiosidade e despertamos, talvez, algum preconceito. Fomos logo aconselhadas a prender os cabelos ou escondê-los em véus, pois para os muçulmanos o cabelo é um fetiche.

Desde essa época já se sentia um tipo de  tensão no ar. Na entrada dos hotéis os carros são revistados e checados por cães farejadores, as malas e bolsas tinham que passar por uma esteira com raio x, e as pessoas eram revistadas, seguranças armados até os dentes…. Dentro dos quartos mapas com caminhos de emergência instruções para caso de bomba ou algum outro perigo. Mesmo no barco em alguns trechos do Nilo os guardas ficavam na popa armados com metralhadoras…Nada muito diferente das aterrorizantes cenas de  nossos policias com aquelas armas gigantes durante as blitz. Um ano depois a coisa ficou feia e pegou os turistas em plenas férias! Nossos amigos Crica ,Otavio e família estavam por lá e quase não conseguiram sair do Cairo. Essa semana recebi uma correspondência de uma agência de viagens já com pacotes para lá, espero que a coisa tenha se acalmado.

Mas voltando ao Nilo, muitos monumentos estão em excelentes condições por que ficaram cobertos pelas areias do deserto até serem descobertos em escavações feitas por franceses e ingleses. Cada monumento mais lindo que o outro com aqueles símbolos (hieróglifos) todos entalhados ,que só com a descoberta da pedra de roseta pelos ingleses em 1799 e depois decifrada pelos franceses em 1822, puderam ser compreendidos.

Hieroglifos

A partir de Luxor  visitamos o famoso obelisco de 3.300 anos cujo par está na Place de La Concorde em Paris, as colunas de Karnak, o Colosso de Memnon, o Vale dos Reis, onde estão as tumbas dos faraós, inclusive a de Tutancâmon e seus tesouros, o templo de Ramsés III, o templo de Isis….. E por ai em diante.

 

Obelisco

 

Templo de Edfu
Tesouro no interior de uma tumba

 

Durante a navegação enquanto esperávamos o famoso e lindo por do sol no Nilo ficávamos no upper deck observando as paisagens ora desérticas, ora montanhosas, templos ao fundo, palmeiras e mais palmeiras, crianças acenando para nós, famílias inteiras lavando suas roupas e tomando banho nas águas do  rio… Quatro dias dos deuses!

Perto de Aswan, os passageiros sempre ficam na dúvida se vale ou não a pena pegar um vôo de poucos minutos e ir até o complexo arqueológico de Abu Simbel. É claro que vale, afinal de contas quando se vai voltar ao Egito? Lá existem 2 templos escavados nas rochas: o maior dedicado a Ramsés II e o outro à sua amada esposa Nefertari. As estátuas são imensas, imagine que foram retiradas da ilha onde se encontravam originalmente, e recolocadas em frente, pois com a construção da barragem de Aswan, que se fazia necessária, a ilha corria o risco de submergir. Uma coisa de louco que só foi possível com o apoio da Unesco, imperdível.

Abu Simbel, Templo de Ramsés II

Passear pelo Cairo também só com guia. A visita à Esfinge com seu corpo de leão e cabeça de humano é uma grande emoção e a visita às pirâmides de Queóps, Quefren e Miquerinos (tumbas reais de pai, filho e neto) nem se fala, nos deixa de coração acelerado! É uma multidão de pessoas na mesma energia, do tipo, “I did it”.

Esfinge

 

Camelos para passear pelo deserto
Máscara mortuária do Faraó Tutâncamon, Museu do Cairo

 

Pedra de Roseta, British Museum

Quanto ao museu do Cairo foi impressionante ver como um patrimônio tão importante pode, apesar de seu riquíssimo acervo, estar em condições tão precárias. Peças da antiguidade amontoadas e sem nenhuma proteção, turistas se esbarrando, janelas abertas por causa do calor, péssimo estado de conservação. Mas tem que ir! A sala do tesouro do faraó Tutancâmon é linda assim como o resto do acervo. Mas é em Londres no British Museum, entre múmias e sarcófagos que essa coleção se completa, expondo um valioso acervo de antigüidades egípcias destacando-se a importante Pedra de Roseta.

ESSE É OUTRO LUGAR QUE NÃO SE PODE DEIXAR DE IR ANTES DE MORRER!

PROGRAME-SE, E VÁ!

www.abercrombiekent.com

VIVI ROCHA

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